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Você não é seu diagnóstico psiquiátrico!

  • Foto do escritor: Natália Tayota
    Natália Tayota
  • 17 de ago. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de set. de 2024


jovem com transtornos psíquicos
Qual o seu conflito inconsciente?

- Eu tenho TOC! Sou #depressivo. Sou #ansioso. Fui diagnosticado como borderline. Tenho síndrome de Burnout, síndrome do pânico, de Cinderela, da impostora, de Peter Pan”. Síndrome disso e daquilo, é tanta síndrome e transtorno pra falar do que a gente é, não é? Mas você não é nada disso! Estar com uma doença ou mal-estar é uma condição temporária, isso não faz parte do campo do Ser. Ainda que existam diagnósticos com condições permanentes, ser é muito mais do que isso. 


Para diagnóstico psiquiátrico, há pessoas que parecem se apropriar da sua condição. Eu não entendo porque as pessoas falam ser ou ter pra dizer sobre a sua doença, o certo não seria dizer estou com tal coisa? Estou com depressão, no lugar de tenho depressão ou sou depressivo? Todo mundo sabe que no português os verbos ser e estar têm sentidos diferentes. Dizer que se é alguma coisa, seria não acreditar na cura? Porque o que se é, é mais difícil de mudar do que aquilo que se está ou que se tem, pois a natureza desses verbos remetem a uma condição temporária, não inerente. Ser é outra coisa!


Às vezes é difícil dizer quem se é, então é mais fácil se deixar definir por um estado; difícil mesmo é tentar saber a origem das síndromes e transtornos para responder à clássica e profunda pergunta: “quem eu sou?” Parece simples, oras, eu sou o que sou! Mas o que sou? E se alguma coisa não vai bem com o que a gente é, logo somos o nosso estado mental atual? A confusão, o conflito, a contradição, o desencaixe. Como foi que eu me encaixei nesse diagnóstico? Por que deixei um diagnóstico dizer o que eu sou? Por que eu sou isso? Pensar e ser quem se é dá muito trabalho. Muitas vezes a gente passa a vida inteira achando que é uma coisa que não é. Então a gente se apoia no que os outros dizem que somos. E é claro que o outro é importante para a gente se descobrir, afinal, “eu sou o outro”, como disse Lacan. Só que até que ponto esse outro é você?


um homem sofrendo de problemas emocionais

O trabalho psicanalítico é justamente sobre o “des-ser”, o deixar de ser, o descer do lugar do Outro, do lugar que a gente se sentou porque achou que era nosso. Sentar em cima de um diagnóstico e do que falam que a gente é, é abafar o que a gente é, não é?! O objetivo de uma análise é desfazer imagens e chegar onde não se pensa, porque ali se encontra o que se é. Por que você achou que era aquilo que te falaram que você era? Chegar ao 'isso' é um processo, uma investigação, um jogo de quebra cabeça, que envolve vasculhar a memória e construir narrativas sobre um novo jeito de ser. Na busca, você até pode descobrir que você era isso mesmo ou que não era nada disso.


Por trás de todo diagnóstico existe uma pessoa, um sujeito desejante, não é uma prescrição que te deram que vai dizer quem você é. Se alguém te prescrever algo para o que você tem, então você passa a ser aquilo? Não! Às vezes acontece do desejo desaparecer, então a gente busca alguém que prescreve, que dê uma ordem na desordem e no caos que a gente se enfiou. Mas se a gente não se engajar ativamente, a organização não se faz sozinha, sem o desejo não há análise. Investigar a causa e conseguir renomear o diagnóstico, com suas próprias palavras, muda todo o quadro do sintoma para você descobrir o que o sustenta e porque ele apareceu.


Você quer se descobrir pra além do seu diagnóstico?

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